quinta-feira, 27 de maio de 2010

Capitão Virginiano

Acho cômico e até ridículo como a nossa sociedade, quando trata em discutir assuntos relacionados a mercado de trabalho sempre tenta impor o seu ideal, seu padrão de identidade que um profissional precisa ter. Algo que no nosso íntimo e pessoal não é compatível com nossa personalidade. E ainda se dizem defensores das diferenças. Balela! Todos sabemos que o mercado privilegia a razão e objetividade, não a emoção e especificidade de cada um. Têm-se os defeitos e as qualidades, mas eles parecem cegos em relação a isso. Eles querem sempre um modelo a ser seguido, recheado de qualidades indispensáveis, o que é uma atitude bastante injusta.
A idéia de ser sempre um líder nos nossos setores de atuação é um ótimo exemplo. Ser o melhor, versátil, articulado, dinâmico. Nunca entendi direito esse negócio de ser dinâmico. O que eles querem? Um cara que nem o Jackie Chan? Com todas aquelas peripécias de artes marciais que ele possui, certamente se encaixaria bem no perfil...
Cada um tem a sua própria personalidade, seu jeito, sua maneira de ser, agir e comportar-se diante de um mundo caótico como o nosso. Um mecanismo de defesa para se lidar com isso tudo é a timidez, a introversão. Eu me encaixo bem nesse caso. Reservado até demais. O Blog pode até passar uma impressão errada. Eu não sou assim no dia-a-dia, não falo tanta merda na cara dura para qualquer um que aparecer. Nem mesmo chego a ser tão engraçado, como algumas vezes aqui consigo. Penso e somente penso as besteiras que aqui posto. Não há diálogo. Um degenerado que mal expressa sua opinião oralmente. Não tenho forças pra ação propriamente dita e nem para eloqüência. Sinto-me paranóico em relação ao público e sempre procuro evitar ser observado e avaliado. Coisas da insegurança. Não gosto de todos os olhos em cima de mim. Parece até que mijei nas calças ou algo do tipo. Prefiro trabalhar no silêncio, de forma reservada. Definitivamente, essa é a minha praia.
Assim sendo, como deu pra perceber, me por numa liderança é uma atitude antilógica que só poderia resultar em mal resultado. Merda anunciada. E isso sempre aconteceu. Vou explicar o porquê. Não possuo o menor resquício de autoridade em minha alma. Não sei e nem consigo dar ordens a ninguém. Valho-me de pedidos, feitos uma única e exclusiva vez de voz e cabeça baixa. Se um único fulano não ouve, fudeu tudo e todo mundo envolvido se prejudica. Tudo isso, porque o encarregado de dar ordens, vale-se da confiança e não da autoridade para atingir seus objetivos. Isso é errado? Algo pra ser corrigido? Sou o único a agir assim? Aposto que não, para todas as perguntas. Envergonho-me de muitos traços da minha problemática personalidade, mas disso não. Me chame de egoísta; pense o que quiser. Só sei que não quero ser representante de porra nenhuma.
Continuarei agindo do jeito que sou, porque a teimosia também é algo que reside em mim. Num mundo repleto de insegurança, que privilegia roteiros, rotinas, modelos e manuais para tudo, isso acaba sendo uma atitude bastante anárquica de minha parte, que sempre me trará a incompreensão desses malditos conservadores. Só sei que nunca irei me render, comprando manual de auto-ajuda, dizendo que não sou bom o bastante e tentando corrigir os meus atos. Me recuso.



PS: Não acredito em horoscópo. Pensando bem... Só um pouquinho!

Manhãs De Domingo*

Durante toda a minha vida nos domingos eu ia pra igreja de manhã; tendo família católica meio que tinha obrigação de ir. Nunca gostei muito e quando me dei conta, de um dia para o outro, deixei de ir definitivamente. Mas não me rendi ao ateísmo juvenil, se é o que está pensando.
Com esse horário vago no fim de semana, resolvi preencher com outra atividade algo mais físico. Não odeio meus familiares, mas ficar um dia inteiro com todos eles é complicado, insuportável. Todo mundo precisa de um tempo e um espaço para arejar a sua cabeça e organizar as idéias. Coisa que meu casebre não permite por ser pequeno. Nem tenho meu quarto e a sala mal tem cadeiras pra todo mundo. Então vou para rua mesmo.
Essa foi a solução. Não ir pra rua morar nela, só andar um pouco até as pernas cansarem e a garganta pedir água. E depois voltar pra casa na hora do almoço comer e ver um futebol, quando tem jogo do Milan melhor ainda. A diversão de ser um andarilho a esmo sem destino e sem caminho definido não tem preço. Que romantismo. Tal qual um autêntico vagabundo moderno.
È maravilhoso fazer isso, particularmente nas manhãs de domingo. Você consegue dar umas escarradas de catarro verde e grosso no asfalto, peidar, arrotar, coçar o saco; tudo isso sem receber nenhum olhar de censura de um desconhecido. Você divaga, esquece que está vivo e pensa em um monte de merda; no último domingo eu me peguei imaginado se meu cuspe ia evaporar e virar chuva, quantos quilos de maconha o Gamabunta, aquele sapão de 20 metros do Naruto, carrega no cachimbo, esse tipo de coisa... Que autismo!



Bom mesmo é que não tem ninguém na rua para te olhar torto. Isso porque nos dias de semana normais, meu olhar de maluco desfocalizado assusta as pessoas. A vontade que me dá é de aplicar um drop-kick nos desgraçados. Nos domingos, isso pouco acontece, razão de minha felicidade nesse dia. Lógico que há algumas poucas pessoas, geralmente famílias passeando na rua, e aí eu faço até o favor de atravessar a pista pra não assustar as crianças. Enfim, só assim, tenho um pouco de paz e me torno o dono, o mister supremo do asfalto.

PS: Qualquer referência a música Sunday Morning do Maroon 5 é mera coincidência.

O Saci

Histórias misteriosas são sempre muito interessantes. Ao instigar a nossa imaginação com o obscuro e o mistério conseguem atingir grande popularidade e interesse, pelo menos pra quem ouve a história. Nunca saem de moda. Talvez pelo fato de que a curiosidade, não seja algo particular e sim geral. Todo mundo já se sentiu intrigado sobre algo desconhecido. Ou no mínimo curiosidade com algo que não consegue explicar. Como o maldito Saci-Pererê, figura do folclore nacional que sempre me persegue e vive me pregando peça.



Lá nos anos noventa, quando eu era sub-10, viajamos a Minas Gerais para visitar uns parentes do meu avô. No meio do mato, enquanto passávamos de caro juro que vi o Saci. Se bem que o nome, não tenho certeza, fica a seu critério denominar o que vou descrever. Um negro alto, perneta e de carapuça vermelha na cabeça. Pelo meu conhecimento em folclore brasileiro a descrição bate com a de um saci.
E não termina aí minha história com esse ser travesso. Nunca o vi mais, porém muita coisa inexplicável me acontece. Meus objetos pessoais vivem sumindo misteriosamente e aparecendo em outros lugares. Meu fichário, por exemplo, de ontem pra hoje evaporou e eu nem tirei ele da mochila. Talvez o maldito tenha se dado ao trabalho de me perseguir de Minas até aqui. Outro dia ainda viu no meio da rua um redemoinho solitário rodopiando; o detalhe é que era um dia ensolarado e sem vento algum. Esse desgraçado vive me irritando e me desconcentrando com as suas malditas brincadeiras. Para quê ele se dá o trabalho é que eu não entendo. Minha vida já é um inferno...

sábado, 22 de maio de 2010

Procura-se...

Esse texto foi escrito numa noite solitária de sexta-feira, por isso está bastante idealizado, porém muito sincero.
Procuro uma bela garota, cuja beleza vá além de seu corpo e também possa ser vista através de seu coração. Que seja serena, firme e justa ao mesmo tempo, sem ser apática para me tranquilizar e auxiliar. Que finja não notar meu nervosismo e aparvalhamento constante. Que me faça sentir sempre a vontade, seguro e tranquilo ao mesmo tempo, sem medo de errar ou fracassar. Que não me faça grandes cobranças tampouco seja arbitrária. Que me corrija harmoniosamente quando julgar que eu esteja errado. Que me faça esquecer de minha imutável e longa solidão atual.
Que tenha belos lábios que eu possa beijar e escutar palavras doces. Que me ensine a te abraçar devidamente. Que me deixe enlaçá-la com meus braços e me perder no doce cheiro dos seus cabelos. Que não me julgue nem tente me forçar a mudar a minha maneira de ser. Que não ligue de eu não demonstrar muito o que sinto ou não me expressar muito. Por mais detestável que eu possa ser. Mas por você eu digo que por iniciativa própria, com certeza mudaria tudo. Só pra te ver feliz. Nos deixar feliz.
Alguém que não me use e me jogue fora depois. Que me faça sentir vivo, deixando o tempo passar em nossos dias juntos. Que me deixe tocar a sua mão por quanto tempo eu quiser. Que me faça sentir nervoso e contente a cada encontro. Que com um simples sorriso me faça sentir revigorado para mais um longo dia tedioso.
Uma mãe, amiga e companheira que eu sempre possa contar em todos os momentos. Que me guie quando necessário por conta da minha timidez. Que diferente dos demais não me renegue ao menosprezo. Que acredite que podemos realizar nossos sonhos. Que jamais diga que aquilo que acredito é uma total perda de tempo. Que me lembre que eu existo, estou vivo tenho meu valor e necessidade de amar. Um amor eterno, imutável e duradouro, todo dedicado a nós dois.
Que seja maravilhosa, até mesmo capaz de nos influenciar com sua doce maneira de ser. Uma pessoa que no fundo do coração, todos gostariam ser. Não de uma maneira invejosa, pelo contrário, de admiração pelo seu eu contagiante. Tão irradiante quanto o sol. Repleta de admiradores, amigos e amigas; mas que eu apenas seja o seu eleito. O homem mais feliz da face da terra.
Se você existe, aguardo uma mensagem sua. Cá estarei eu lhe esperando.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lições De Pornografia

Os filmes pornôs são muito gozados. Literalmente. Mas não é só nesse sentido; há muita graça, muita comicidade nessas películas de sacanagem. Quando você descobre isso um novo mundo se abre diante de seus olhos ou mãos sei lá...
Passei várias noites apreciando essa forma nobre de entretenimento lá quando eu estava na faixa dos treze ou quatorze anos. Tempos de ínicio de puberdade. Na verdade já tinha visto pela primeira vez sacanagem na televisão quando tinha dez anos. Pirralho na época nem entendia o que estava rolando. Na cena a câmera dava um zoom no fiofó da moça e era tudo rosado; pensei que era tipo alguma cirurgia médica. Mas lógico que estava enganado... Logo surgiu um carinha energizado lambendo aquilo lá e saquei o que estava acontecendo de fato. Pior foi o trauma que o “grand finale” me deu; desconhecia a ejaculação e pensei “Que bizarro, esse cara dá leite!”. Ainda bem que nunca tive a curiosidade de provar se tinha gosto de leite...
Fui sacar as coisas um tempinho depois. De fato, meu doutorado em sacanalogia foi lá pelos treze mesmo. Engraçado como está foi a época mais criativa da minha vida, tome nota; se masturbar deve fazer bem ao cérebro. A sequela é que essa criatividade só serve pra formular babaquices como textos que nem esse. Eu fazia isso umas duas ou três vezes por dia então minha teoria é que o sangue passou da cabeça de cima pra de baixo. Interessante não?
Hoje em dia nem vejo esses filmes. Enjoei de um tempo pra cá a ficar vendo mulheres gostosas que nunca vou comer, serem dominadas pelos bombadões. Além do mais agora os filmes não me dão tesão e sim vontade de rir como disse no começo. Deve ser porque quando você vai ficando mais velho se torna mais crítico, a ponto de observar detalhes nas mínimas coisa. Como as atrizes gemendo horrores de boca fechada e os roteiros e diálogos ridículos. Os roteiros, a fonte da graça de tudo isso. Porque se for pra levar a sério a melhor profissão desse mundo é limpador de piscina que sempre come a gostosinha bronzeada que toma sol sem biquíni e faz questão de ser comida imediatamente. Esses caras sim, sempre têm um final feliz. Viva a essa categoria. Invejo vocês...

Desonestidade No Comércio

Comercializar mercadorias que eu saiba, assim como aquela outra praticada intensivamente à noite numa cidade grande, é uma das formas de se ganhar a vida mais antiga do mundo. Se bem que vender o corpo também é fazer comércio de certa maneira, afinal há um produto, cliente, oferta, procura etc, todos os mecanismos necessários. Mas vamos nos ater somente ao comércio de mercadorias menos complexas e humanas, as ditas muambas.
Não vou ser injusto e generalizar dizendo que vendedor honesto é que nem enterro de anão, mas tal qual o exemplo, é raro se ver um; existem claro que sim, mas tem muito ambulante sacana por aí.
No domingo do dia das mães, fui em Campo Grande fazer uma prova da Caixa(puta dia ruim pra fazer prova de concurso, nossa!) e na porta do prédio uma moça que chegou avoada e sem caneta, e que queria comprar uma ali mesmo, perguntou ao ambulante quanto custava uma, ao ponto que ele respondeu dois reais.A tal da lei da oferta e da procura, influenciando o preço. Dois reais uma mísera caneta Bic preta, puta que pariu. Vontade que me deu foi dizer “Porra mano, essa caneta é feita de ouro?”. A situação está difícil pra todos, mas nossa, vamos agir com ética né cara...
A mesma coisa é com os produtos piratas. Quando não dá problema, você é ludibriado e pior; não tem garantia nenhuma. Só promessa de boca, o que é pouco. Já comprei Winning Eleven pirata e me fudi porque o jogo era em DVD e meu PC só roda CD-ROM. E eu disse que não servia DVD, de forma bem clara pro camelô. Outro caso mais recente; fui comprar o filme 2012, a mega produção fodônica que passou aqui nos cinemas. Chegando em casa outra surpresa desagradável; era um filmeco, outro 2012 de orçamento menor e que nem cheguei a ver. Se fode aí otário.
Na busca de lucro, no comércio irregular pouco importam asa vítimas. Quem mandou contribuir com as irregularidades comprando produtos piratas? Mas uma coisa eu digo; nem fudendo eu gasto 100 conto num pedacinho de plástico como um CD de computador. Não mesmo.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cotas De Ensino

A declaração da diretora da ECO-UFRJ da qual sou aluno, Ivana Bentes deu o que falar nos últimos dias entre os alunos. Não se falava de outra coisa. Vou transcrever a frase que ela postou no Twitter: ”O aluno branco-danoninho da UFRJ se acha 1 ”gênio” pq passou no vestibular Esquecendo q a “cota” é ele q sempre tds as vantagens sociais”. Agora vamos às minhas considerações a respeito disso.



Primeiro brancão eu sou né? A diretora mandou mal nessa generalização e esse é um erro que não pode ocorrer. Sempre há exceções, não se pode esquecer disso. Nem que essas exceções sejam formadas por menos de uma dúzia. Os alunos se ofenderam bastante com essa colocação (eu particularmente não por questões óbvias!) com uma conotação até de certa forma racista. Algo que não deveria haver numa instituição de ensino superior. Ser branco num país racista, mesmo não tão escancarado, como o nosso tem lá suas vantagens, mas somente isso não garante a entrada no ensino superior.
Sim é verdade que a faculdade pública no Brasil é elitista e majoritariamente composta por pessoas brancas. Pessoas de que em sua maioria são oriundas da classe média e tiveram ao longo de toda sua vida os aparatos necessários para estarem onde estão. O que facilita muita coisa. Mas isso é somente uma parte. Também existe o esforço particular de cada um coisa que o dinheiro não compra. Ninguém entra de favor. A colocação de se achar um “gênio” também é equivocada. Diferente até mesmo de outros lugares que já estive, não vi nenhum aluno se gabando por estar ali. Não percebi e nem percebo nenhuma atitude esnobe de calouros ou veteranos. No máximo professores elogiando a instituição.
Particularmente, penso que a política de cotas não resolve o problema, mas deve ser estabelecida neste momento. Porque neste momento? Porque creio que além de uma política de cotas no presente deve haver uma reformulação na base que permita que as pessoas, negras, brancas, amarelas ou azuis possam competir de maneira igual com a elite vinda de cursinhos nos concursos que pleiteiam uma vaga numa faculdade pública. E enquanto essa reforma for realizada, não dá pra continuar tudo na mesma, aí entra a cota, agindo no momento atual de forma a tornar o acesso ao ensino superior algo mais democrático. E que esse processo seja feito o quanto antes melhor. A cota demonstra que um grupo de pessoas está concorrendo de forma desigual e é necessária uma intervenção “um favor” para os “incapazes” de competir de igual pra igual. Um adjetivo muito ruim pra ser carregado pro resto da vida. Que desqualifica todas as categorias marginalizadas de nossa sociedade. Sejam raciais ou sociais.
Quer um conselho? Você que deseja de coração não somente ir á faculdade pública como a qualquer lugar que queira chegar lute bravamente por isso, com dignidade e perseverança sempre. Independentemente de cotas favores ou privilégios, vá atrás do seu, tenha fé em si mesmo seu filho da mãe desgraçado. Não se faça de vítima ou coitadinho. Se está foda pra tu, está foda pra todo mundo. Coisas de concorrência. Pra uns mais que pra outros até. Contra o dinheiro de seus concorrentes, use a garra, a paixão e a dedicação que assim você terá uma boa chance de se suceder bem em suas empreitadas. Se vai dar certo ou não, eu não sei. Se dedicar não é garantia de sucesso,porque a concorrência é grande. Só sei que é gostoso demais vencer com o próprio o esforço. Como nas palavras iniciais de boas vindas do Blog ,“I did my best and I have no regrets!”(Eu dei o meu melhor e não tenho remorsos),e pensar isso de si mesmo é confortante demais. Boa sorte!

Mensagens Subliminares

Para obter um sucesso estrondoso em qualquer coisa que queira fazer, você tem que ter um coelho na cartola. Algo extra, um plus. Somente talento, às vezes, não é o suficiente. É necessário haver um meio pra atingir o que se quer, despertando a atenção da platéia sem que ela perceba. Nesse quesito, as mensagens subliminares sempre me despertaram a atenção. Não que eu ache legal a possibilidade de você enganar, iludir ou hipnotizar as pessoas para fins egoístas lucrativos. Bem, talvez eu ache um pouquinho...
Na minha mania de ficar ouvindo conversas dos outros, escutei duas mulheres conversando no ônibus. Uma delas, certamente, era evangélica e a outra, apenas uma curiosa que ouvia o que a amiga tinha a dizer. Falavam exatamente sobre mensagens subliminares. Só que se referiam, especificamente a mensagens subliminares no ramo da música, existente nos videoclipes. A crente contava pra colega do possível satanismo escondido atrás de certos gestos dos artistas. Como aquele diamante que o Jay-Z faz com as duas mãos, que ela disse ser uma antiga reverência ao belzebu... Sinistro, Jay-Z é do Heavy Metal, eu não sabia dessa. Pensei que ele fosse rapper. Se bem que sempre estranhei como um cara não tão bonito que nem ele, pôde ter conseguido uma namorada gostosona que nem a Beyoncé. Só podia ser pacto com o capeta. Afinal  nem dá pra dizer que ela está com ele pelo dinheiro. A Beyoncé ganha bem pacas. Estou errado?



Depois ela citou também a Lady Gaga. Aquele gesto “Poker Face” com os dedos, característico dela, sua marca registrada, significa outro gesto satanista. Para mim significava cara de cu, mas tudo bem, vou engolir essa. Nem curto muito essa artista. No conjunto da obra, todo esse satanismo é uma forma de ajudar a alavancar a carreira dos artistas, chamando a atenção das pessoas e fazendo com que eles atinjam o estrelato, com as bençãos do capeta. Pior que tem funcionado. Quem era a Lady Gaga a três anos atrás?



Agora fiquei pensando, se for verdade, quantas vezes nós poderíamos ter sido induzidos a ver ou fazer algo contra a nossa vontade ao longo de nossa vida, por conta desses efeitos obscuros, sem nem perceber direito o porquê. Nem me dava conta da utilidade disso tudo. Devia fazer um test-drive. Quando der, irei numa loja de silkscreen, mandar fazer uma camiseta personalizada com o desenho dos dois gestos mencionados. Com os dizeres exclusivamente grafados ”A gatinha quer trepá?”. Quem sabe assim eu tenha um sexy time...

Elogio Aos Perdedores

Sempre ouvi e ultimamente ainda acontece de eu escutar a seguinte frase: é preciso estudar pra ser alguém na vida. Nunca havia reparado no seu verdadeiro significado. Pensar bem no que essas olavras querem dizer. O que significa ser alguém na vida? Significa necessariamente ter um diploma e ter sucesso financeiro? Se for pra pensar assim, me recuso a ser esse “alguém”. Sinceramente. Meus objetivos financeiros baseiam-se somente no auto-sustento. Nada mais. Só um espacinho meu, comida e outras coisinhas pra enfim ser feliz, me são suficientes.
Tem muito engravatado filho da puta por aí. Não é novidade nenhuma isso. Longe de mim fazer generalizações. Cada pessoa é uma pessoa. Existem canalhas ricos e pobres. Assim como gente honesta. Pela maneira que falam o honesto pobre nunca chega a ser "alguém", um tratamento bastante injusto. O conceito de vencer vive associado a essas idéias de sucesso, riqueza e ostentação. Não importando as conseqüências.
Sem contar que pra se vencer existe sempre a cobrança. Quer um exemplo? Outro dia, minha humilde toca estava em obras. E eu fiquei a semana toda lá ajudando o pedreiro. Fiz numa má vontade da porra, mas fiz tudo que me pediram. Aí no último dia, chega o namorado da minha mãe, me chamando de preguiçoso inútil e outras coisas. Eu cansado pra caralho, nem falei nada, aliás, como sempre faço me reservei ao silêncio e nem retruquei. Acho que ele percebeu que tinha exagerado e até se sentiu mal com isso. E no seu discurso usou o “ajuda a gente a vencer” pra se justificar...
Se isso é vencer, meus amigos, ofendendo, gritando e menosprezando seus supostos aliados, me orgulho sinceramente em ser um perdedor. O perdedor não ofende ninguém. Se fode, vai pra casa e tenta uma outra vez engolindo o choramingo. Dane-se a satisfação pessoal, o que importa é o conjunto da obra e a maneira que vivemos. Esse negócio de "vitória a qualquer preço" é uma piada sem a menor graça.
Pra finalizar, digo que pra toda derrota há um vencedor, escancarado ou oculto. Para os menos afortunados não se preocupem. Na hora da derrota é que aparecem os verdadeiros amigos; aqueles que ficam do seu lado nas piores circunstâncias. O espírito da coisa é como naquele filme Old Boy “Ria e todos riram com você. Chore e chorará sozinho”. Mas tem jeito que tem a sorte de ter quem chore ao seu lado. E é ai que os perdedores, enfim se tornam vencedores.

domingo, 9 de maio de 2010

Direito De Resposta: Antipatia

Não sei quais as regras da filha-da-putagem, mas geralmente um cara que é mal tem noção que é mal. Sabe exatamente qual é a noção que as pessoas ao seu redor têm dele. Tudo isso justificado pelas suas ações perversas que afetam o semelhante. A antipatia gerada, nesse caso, é até justificada.
E quanto à indiferença? Um sujeito pode ser capaz de ser antipático sem fazer nada? Nem bom, nem mal, apenas indiferente? Pelo visto sim. Fui citado numa enquete, que perguntava quem era o sujeito mais antipático de um cursinho que eu fazia. Por um cara que nunca sequer conversei. Mas sabe-se por que diabos ele fez menção a mim. Como estou puto por isso, o texto vai sair meio amargo. Foda-se de qualquer jeito, preciso desabafar senão implodo.
Nunca fiz mal pra ninguém. Pelo menos nada extremista. Mais por covardia e medo do que benevolência com o próximo. Mesmo assim continuo isento de culpa. Meu comportamento social é tão vazio e inexpressivo que pensava que era incapaz de gerar esse tipo de impressão ruim nas pessoas ao meu redor. Quando digo comportamento me refiro a meu ser semi-robótico, quase paralítico, sem participação no ambiente. A típica presença de corpo e não de alma. Sei que isso gera estranheza, não sou ingênuo. Não sou político, tampouco mestre de cerimônia ou anfitrião de porra nenhuma pra ser simpático e andar sempre com um sorrisão falso na cara. Porém não significa que eu seja antipático. Isso é apenas honestidade, fidelidade aos próprios sentimentos. Nunca fui grosseiro com nenhum desconhecido que veio falar comigo. Se você me conhecesse ou procurasse conhecer, saberia.
Lógico que cada pessoa têm o direito de pensar o que quiser dos outros. Apoio a expressão de opinião, um direito da sociedade democrática. Justamente ou injustamente forjamos a imagem de nossos semelhantes no nosso inconsciente. Todo mundo faz isso, até sem perceber. Mas tornar isso público deve ser usado com mais prudência e consideração. É necessário ter bom senso ao se tratar de um ser humano. Mesmo o ser em questão sendo a seu ver, estranho e bizarro, diferente de você e dos seus demais conhecidos. Ele continua tendo seus sentimentos e sofre com eles. A humanidade, acredite é a mesma e reside em todos nós.
Você me ofendeu profundamente com suas palavras. Nem vou descer a seu nível e lhe dizer o que você é aos meus olhos. Nunca fui santo, nem demônio. Meus erros, aliás vários, como qualquer outro mortal, nunca lhe atingiram, no máximo atingiram a mim mesmo. Tudo o que o “antipático cara de óculos que tirava de esperto” lhe deseja e que você evolua mentalmente e livre-se definitivamente dessa sua ignorância para pelo menos não repetir isso com nenhuma outra pessoa, injustamente sem conhecê-la. Na boa, cresça.