quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cotas De Ensino

A declaração da diretora da ECO-UFRJ da qual sou aluno, Ivana Bentes deu o que falar nos últimos dias entre os alunos. Não se falava de outra coisa. Vou transcrever a frase que ela postou no Twitter: ”O aluno branco-danoninho da UFRJ se acha 1 ”gênio” pq passou no vestibular Esquecendo q a “cota” é ele q sempre tds as vantagens sociais”. Agora vamos às minhas considerações a respeito disso.



Primeiro brancão eu sou né? A diretora mandou mal nessa generalização e esse é um erro que não pode ocorrer. Sempre há exceções, não se pode esquecer disso. Nem que essas exceções sejam formadas por menos de uma dúzia. Os alunos se ofenderam bastante com essa colocação (eu particularmente não por questões óbvias!) com uma conotação até de certa forma racista. Algo que não deveria haver numa instituição de ensino superior. Ser branco num país racista, mesmo não tão escancarado, como o nosso tem lá suas vantagens, mas somente isso não garante a entrada no ensino superior.
Sim é verdade que a faculdade pública no Brasil é elitista e majoritariamente composta por pessoas brancas. Pessoas de que em sua maioria são oriundas da classe média e tiveram ao longo de toda sua vida os aparatos necessários para estarem onde estão. O que facilita muita coisa. Mas isso é somente uma parte. Também existe o esforço particular de cada um coisa que o dinheiro não compra. Ninguém entra de favor. A colocação de se achar um “gênio” também é equivocada. Diferente até mesmo de outros lugares que já estive, não vi nenhum aluno se gabando por estar ali. Não percebi e nem percebo nenhuma atitude esnobe de calouros ou veteranos. No máximo professores elogiando a instituição.
Particularmente, penso que a política de cotas não resolve o problema, mas deve ser estabelecida neste momento. Porque neste momento? Porque creio que além de uma política de cotas no presente deve haver uma reformulação na base que permita que as pessoas, negras, brancas, amarelas ou azuis possam competir de maneira igual com a elite vinda de cursinhos nos concursos que pleiteiam uma vaga numa faculdade pública. E enquanto essa reforma for realizada, não dá pra continuar tudo na mesma, aí entra a cota, agindo no momento atual de forma a tornar o acesso ao ensino superior algo mais democrático. E que esse processo seja feito o quanto antes melhor. A cota demonstra que um grupo de pessoas está concorrendo de forma desigual e é necessária uma intervenção “um favor” para os “incapazes” de competir de igual pra igual. Um adjetivo muito ruim pra ser carregado pro resto da vida. Que desqualifica todas as categorias marginalizadas de nossa sociedade. Sejam raciais ou sociais.
Quer um conselho? Você que deseja de coração não somente ir á faculdade pública como a qualquer lugar que queira chegar lute bravamente por isso, com dignidade e perseverança sempre. Independentemente de cotas favores ou privilégios, vá atrás do seu, tenha fé em si mesmo seu filho da mãe desgraçado. Não se faça de vítima ou coitadinho. Se está foda pra tu, está foda pra todo mundo. Coisas de concorrência. Pra uns mais que pra outros até. Contra o dinheiro de seus concorrentes, use a garra, a paixão e a dedicação que assim você terá uma boa chance de se suceder bem em suas empreitadas. Se vai dar certo ou não, eu não sei. Se dedicar não é garantia de sucesso,porque a concorrência é grande. Só sei que é gostoso demais vencer com o próprio o esforço. Como nas palavras iniciais de boas vindas do Blog ,“I did my best and I have no regrets!”(Eu dei o meu melhor e não tenho remorsos),e pensar isso de si mesmo é confortante demais. Boa sorte!

Um comentário:

  1. Anônimo23/5/10

    quem diria hem christian, de são cristovão para o mundo! sucesso cara

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