domingo, 1 de setembro de 2013

Agostices

No primeiro ano do blog escrevi sobre o mês de agosto. Volto ao tema mais uma vez, não por falta de pauta, mas por relevância. Este ano tive um péssimo mês de agosto. Um dos piores da minha vida.


Coincidentemente, como da outra vez, calhou de falar sobre agosto no mês de setembro. Ocorreram uns imprevistos que abalaram minhas condições físicas e mentais, logo só estou podendo escrever agora. Faz parte. Em agosto tudo pode acontecer.
Outra coincidência é que mais uma vez, em agosto, fui fazer tratamento dentário. Mas claro que não era uma simples obturação. Tinha que ser um problema complexo, que me fizesse ir ao consultório toda semana deste mês lazarento. Algo que sugasse todo meu dinheiro e me deixasse em casa a pão e água, além de endividado. Quem manda ter dentes de vidro.


Outra chateação foi a “semana dos furos”. Não sou de sair muito, mas em determinada semana eu queria muito ir a vários lugares diferentes para aproveitar as minhas semi-férias. Chamei diferentes pessoas para sair comigo. Todas toparam, mas na hora de ir, não foram. Inventaram as mais variadas desculpas.
Acabei ficando em casa na maior parte do tempo. Sei que devia ter saído de qualquer modo, mas perdi o ânimo. Contudo, houve uma exceção. Ganhei ingressos para o Anima Mundi e convidei uma velha amiga para ir comigo. Não falava com ela havia uns cinco anos. Para minha surpresa, ela aceitou.


Cheguei ao local combinado, liguei e ela disse que estava a caminho. Apesar do seu atraso, disse que a esperaria. Fiquei sozinho na Lapa, à noite, no meio da rua, aguardando-a. Passou uma hora. Duas horas. Três horas. Meti o pé. Ela não apareceu. Me deu um perdido. Irônico. A única pessoa que aceita sair comigo não comparece, nem dá satisfações. Viva a modernidade.
Dias depois, por Facebook, ela disse que haviam roubado o celular dela a caminho de nosso encontro. Ok, consigo entender porque ela não me ligou para avisar que não viria. Não sei de cor meu próprio número, imagina alguém com que não falo há cinco anos. Contudo ela poderia ter me dado uma satisfação no dia seguinte, coisa que não o fez. Só soube o que tinha acontecido porque tive curiosidade e quis saber o que tinha acontecido. Se dependesse dela...
Ela foi assaltada na Central por um pivete o qual apelidou de “Flash Negro”. O cara havia levado seu celular novo, e claro, saiu correndo depois. Ela fez uma piadinha, insinuando que eu estava mancomunado com o sujeito. Como se eu houvesse combinado aquilo tudo. Não gostei da insinuação e brigamos.


Apesar disso, resolvi tentar sair de novo com a mesma pessoa. No mesmo lugar. Liguei, mandei SMS, mensagem, sinal de fumaça e ela não deu nenhum sinal de vida. Sequer fui lá de novo. Desisti de ir ao Anima Mundi em 2013. Estava sem clima para isso.
Não aprendi. Juro que não sou masoquista. Convidei a mesma pessoa, para ir ao cinema comigo ver o filme novo do meu ídolo, Adam Sandler. Ela aceitou e me perguntou quando eu queria ir. Disse o dia e ela me pediu um minuto. Brinquei, falando “só falta você olhar na agenda”. Foi o que ela fez. E advinha: ela não podia. Disse que só teria tempo livre no final de outubro.
Me chame de egoísta, mas não consigo acreditar que uma pessoa, que queira mesmo sair com outra, não encontre 30 minutos de sua maldita semana para encontrar-se com alguém ou fazer qualquer tipo de atividade de lazer. Sei que todos têm suas obrigações mas... Fala sério. Ela não é a presidente. Não é a CEO de uma empresa internacional. É só uma universitária como eu. Tenha dó. Até mesmo, pessoas ocupadas se divertem com um pouquinho de esforço e boa vontade. Depois dessa, enfim tomei vergonha na cara e a mandei para minha geladeira social. Como se ela se importasse com isso.


Outro acontecimento “marcante” de agosto foi que descobri que minha musa eterna arrumou um namorado novo. Tudo bem que ela já havia me rejeitado, definitivamente, meses atrás, mas eu não precisava ficar sabendo dessa. Ainda mais em agosto. Mas ela não teve culpa. Eu que por acidente de percurso, acabei clicando e acessando o perfil dela, sem querer. Acabei vendo o que não queria. A ignorância, às vezes, é uma benção.
Outro entrave foi que minha melhor amiga entrou para a faculdade. Porque entrave? Porque agora ela está lá, fazendo novos amigos na faculdade dela e consequentemente, desde então, tem menos tempo para mim. Normal. Mas sou egoísta. Queria ela só para mim. Como amigo. Nem tento furar o olho do namorado dela. Sou um bom menino. Aparentemente. Por enquanto.
Pior que os acontecimentos ruins de agosto, são os enganosos. Você pensa que algo vai dar certo e dá errado. Por exemplo, tem o tal filme do Adam Sandler, Gente Grande 2. Sou fã do Adam Sandler e dos filmes dele, apesar da crítica odiá-lo. Gosto de comédia pastelão e descompromissada. Rir faz bem a minha saúde, logo mesmo só, fui ver o filme. Acontece que ele é tão ruim que eu até chorei. Até tu, Sandler, meu filho? Gente Grande 2 não tem sequer um enredo. Se fosse para escrever a sinopse eu diria que Sandler e seus amigos do filme anterior se reúnem novamente para ficar andando pela cidade natal deles, fazendo zueiras para todo lado e peidando entre as cenas. Falo sério.


A série “engana que eu agosto” não termina aí. Conheci uma garota legal na faculdade. Ela está no segundo período e é relativamente nova. Ainda não está envenenada com o espírito wannabe, hipster ou yuppie de certas pessoas. Fiquei feliz de conhecer alguém simples e simpática como ela. Conversamos por dias, mesmo eu sabendo desde o início que ela já ficava com um cara. Daí, um belo dia, ela me diz que haviam terminado. Fiquei feliz, mas claro me contive. Ela fez todo aquele drama feminino, dizendo que não queria saber de ninguém no momento. Respeitei, apesar da minha ansiedade. Menos de um dia depois ela já estava de caso novo e “apaixonada” por outro, que claro, não era eu. Resolvi nem reclamar. Dei tchau e fui adiante. Ok, reclamei sim, até implorei, mas não teve jeito. A bola da vez não era eu.
Após essas e outras frustrações, enfim cheguei vivo e são ao dia 31 de agosto. Sabadão, penso que vou ficar sozinho em casa, em silêncio, com meus pensamentos... Começa a ter obra aqui em casa. Justo quando pensei que agosto estava morto e enterrado. Dei boas-vindas ao barulho e a sujeira. Além disso, o grandalhão ocioso que aqui escreve ainda teve que passar seu sábado carregando entulho para completar a diversão.
Mesmo moído por dentro e por fora resolvi registrar a ocorrência de agosto de 2013. Por hora eu o odeio, mas no futuro esse período pode ter algum valor nostálgico para mim. Certamente agostos muitos piores virão por aí.

2 comentários:

  1. Anônimo2/9/13

    E eu vou passar marchando esse sábado, maldito 7 Setembro :P
    Tu é cabeça dura mesmo de insistir tanto naquela mulher do anima mundi

    Obs.: o novo formato do blog ficou bem melhor

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  2. Marchando? Tenho minha suspeita de quem sejas. Obrigado pelo elogio. Não sou designer, mas tenho meus truques.

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