sábado, 28 de setembro de 2013

Dia 19

Missão cumprida. Consegui ir ao Rock in Rio deste ano.


Não pude ir na edição de 2011 porque tive um problema financeiro. Quando consegui dinheiro para comprar um ingresso, eles já haviam se esgotado. Na ocasião, pretendia ir ao festival para ver o show do System of a Down. Acabei assistindo pela televisão, mas não achei o show lá essas coisas. O Serj estava cantando meio esquisito. De todo modo, seria legal ter ido ver esses caras ao vivo.
Este ano quase cometi o mesmo erro. Mais uma vez os ingressos se esgotaram antes de eu ter adquirido um. Resolvi deixar meus princípios (e bom senso) de lado e comprei um ingresso de um desconhecido na internet. O valor cobrado estava bem acima do preço original. Mas claro que não fiz isso à toa. Tinha um motivo. Quis ir ao Rock in Rio deste ano por uma razão: Alice in Chains.


Alice in Chains é uma das minhas banda favoritas. Admito que virei fã da banda bem depois do seu auge nos anos 90. Me fascinei com o jeito que eles conseguem extrair beleza da tristeza em suas músicas. Sinto paz, melancolia e identificação a cada vez que os escuto. Sempre que leio comentários sobre o significado das músicas do Alice in Chains, vejo que as pessoas caem na argumentação fácil de que as letras são sobre o vício em heroína do finado e saudoso vocalista, Layne Staley. É verdade que em algumas músicas isso é bem claro, porém nem todas se relacionam com esse tema indigesto. Sem contar que é sempre bom lembrar que o significado da letra de uma música varia de pessoa para pessoa. Não importa quem escreveu: uma música pode ter um significado diferente para cada pessoa que a escuta.


Quando soube que eles iam se apresentar no Rock in Rio deste ano, coloquei em minha cabeça que iria ao festival, só para ver de perto Jerry Cantrell e sua turma. O que visse além disso seria lucro. Sim, eu sei que o headliner do dia era o Metallica, mas fui para ver mesmo o Alice in Chains. Os caras não vinham ao Rio tocar desde 1993. Sabe-se lá quando eu teria outra oportunidade de ver um show deles por aqui.
No grande dia, preparei-me para ir ao meu primeiro Rock in Rio. Para o dia do metal, me uniformizei devidamente com a indumentária preta: tênis, calça, munhequeira e uma camisa com o logo do Alice in Chains. Fui sozinho, com a fé e a coragem de sempre. No ônibus tive um pequeno susto que me causou uma certa apreensão. Havia um cara trajando uma camisa com uma suástica e acontece que sou negro. Fora a visão de um nazista dentro do ônibus, a viagem foi tranquila.
Desci no ponto final do ônibus e a primeira coisa que fiz foi comprar uma capa de chuva, já que o tempo estava meio indeciso. Os espertalhões da meteorologia disseram que iria chover e eu, tolo, acreditei. Teve ainda o fato de que pensei na possibilidade de se repetir o mesmo que aconteceu no show do Alice in Chains, em 2011, no SWU: tocar Rain When I Die, em plena chuva. Se acontecesse o mesmo no Rock in Rio seria épico.
No caminho entre o terminal de ônibus e a Cidade do Rock, alguns botecos tocavam músicas do Alice in Chains e do Metallica. Fui entrando no clima. Cheguei no começo do show do Ghost. Não conhecia a banda. A única informação que tinha ouvido é que eles tocavam rock satânico, o que não era a minha praia e, pelo visto, também não era da maioria, que tinha ido para ver o Metallica. Francamente, vi umas três pessoas cantando as músicas do Ghost. Foi uma má escolha dos organizadores trazer uma banda dessas para um país tão católico quanto o nosso. Posso ter abandonado minha antiga religião, mas não vou ficar tirando sarro dela, aplaudindo um cantor fantasiado de papa dos infernos.


Desinteressado no show que acontecia no Palco Mundo, fui passear. Fiquei rondando para ver se achava algo interessante (entenda-se: mulheres), mas não encontrei nada de meu interesse. Não tinha importância, já que havia ido ao festival pela música. Se tivesse interessado em outras coisas, teria ido em um dia de música melosa, falsa e sentimental que no presente momento de minha vida, não sinto a menor vontade de ouvir. 
Percebi que várias pessoas circulavam pela Cidade do Rock com a camiseta clássica dos Ramones. Em números, perdiam para os com a camisa do Metallica e ganhavam dos com a camisa do Alice in Chains. Impossível diferenciar fãs de modistas. Bacana foi ver também as paródias. Tinha um cara com uma camisa dos Hobbits que era uma sátira das camisa dos Ramones. Nela, os nomes de Frodo, Sam, Merry e Pippin substituíam os de Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy. Bem bolado.


Chegada a hora do show do Alice in Chains, me aproximei o máximo que pude do palco. Consegui assistir o show perto da cabine do Multishow. Pirei quando eles abriram o show com Them Bones. Nutshell, Down In A Hole, Rooster, Man In The Box e outros clássicos foram tocados ao longo da apresentação. Showzaço. Lógico que minha análise é parcial, porque sou fã. Mas o show foi excelente tecnicamente. Jerry Cantrell comandou a banda com sua guitarra e o vocalista William Duvall, apesar de não ser o Layne Staley, segurou a onda. Afinal, não podemos nos prender ao passado. Bola para a frente, moçada hater chata.


Contudo percebi uns pontos negativos. Os músicos pouco interagiam com o público, só se prenderam a tocar (bem) seus instrumentos. Isso é bom, mas é chato ir a um show de rock previsível. Houve pouca presença de palco por parte dos integrantes. O único que se esforçava para ser simpático era o Duvall, que se arriscava dizendo umas coisas em português. Achei o show muito parecido com o do SWU, ocorrido há dois anos. De lá para cá, só entraram uma duas músicas novas do CD novo. A apresentação também foi meio curta. Podia ter rolado um bis. Contudo, o show valeu o ingresso.


Fiquei para assistir ao show do Metallica, o mais aguardado do dia. Como disse antes, fui pelo Alice in Chains, mas como comprei um ingresso caro fiquei para ver o Metallica também. Rolou um certo atraso, mas enfim começaram a sair do palco as primeiras batidas. Um fã, perto de mim, dizia: “O Lars já está nervoso lá na bateria. Deve começar logo.” Não deu outra. Pouco tempo depois o show começou.


Apesar de não ser fã do Metallica, admito que o show deles foi melhor. Havia mais interação, mais carisma, mais potência. O público, a “Metallica Family”, participou bastante, cantando os clássicos da banda. A cena comum era ver namorados saindo com as namoradas do meio da multidão, que tapavam os ouvidos por não suportarem o som alto. As feministas vão me odiar, mas Metallica não é para fracos. Piada, viu gente.


Antes do show só havia ouvido as músicas do Black Album, o mais vendido da banda. Mas até que gostei do show do Metallica. Fiquei até o fim, mesmo desconhecendo várias músicas da setlist. Ou foi o que eu achei. No dia seguinte, soube que rolou um bis no qual eles tocaram mais três músicas. Não me lamentei, pois estava cansado mesmo.
Saí satisfeito, com a sensação de dever cumprido. Devo retornar ao próximo Rock in Rio em 2015. Se tiver uma banda de ROCK que eu goste, claro. 

domingo, 8 de setembro de 2013

Imersão Literária

Ganhei convites para a Bienal do Livro. Mais uma vez, para variar, convidei pessoas para ir comigo que recusaram ou disseram que iam pensar no caso. Entre a negação e a indecisão, optei por ir só. Melhor do que ficar em casa se lamentando. Fui, sem pensar duas vezes.


Dentro do ônibus, já fui entrando no clima da aventura. O destino da maioria dos passageiros era o mesmo que o meu: a Bienal do Livro, no Riocentro. Como a viagem era longa, resolvi me entreter, escutando a conversa alheia, sem claro, falar nada. Não iria me intrometer na conversa dos outros. Além disso, sempre é bom lembrar que um homem sábio fala pouco e ouve muito. 
Minha atenção se deteve em dois grupos. O primeiro era formado por um cara e uma garota. Não formavam um casal, pois era visível que o cara era gay. O outro grupo era formado por três amigas universitárias. Percebi isso, pois elas conversavam sobre desventuras e trivialidades da vida acadêmica.
Eu tinha a posse de três convites. Um, obviamente, era para mim e os outros dois iriam sobrar, já que fui sozinho. Havia levado os convites extras para dá-los para alguém. Quis fazer uma boa ação, trazer alegria para um transeunte qualquer. Ia dá-los para as meninas, mas como elas eram três e os convites eram dois, resolvi não fazê-lo. Isso poderia criar algum tipo de atrito entre elas. Não seria eu o causador de um racha, em um grupo tão simpático.
A outra opção, até o momento, era o “casal”. Contudo, decidi não presenteá-los. Não eram merecedores. Motivo: estavam caçoando de um colega de trabalho deficiente. Tenho um senso de humor bastante liberal, mas com limites. Não acho engraçado caçoar de um deficiente. Sem contar que o ato foi feito pelas costas. Não me importo se a pessoa é gay ou heterossexual. Se ela agir como babaca, terá meu desprezo. Simples. Não os censurei, mas também não dei a eles meus convites.


Ao chegar ao Riocentro, dei os dois convites sobressalentes para a primeira dupla que avistei. Isso antes de resolver cogitar uma análise minuciosa da alma dos mesmos. Ouvi os agradecimentos que a formalidade e a boa educação exigem. Andei um pouco e enfim adentrei ao evento.
Ao entrar, me surpreendi com o quanto o lugar estava cheio. E olha que era sábado e feriado. Havia muitas pessoas, realmente interessadas em livros. Não sei porquê, mas sempre tive a impressão de que as pessoas liam pouco. Mito derrubado. Além disso, devo admitir, que esboçara estereótipos dos leitores que porventura iria encontrar na Bienal. Imaginava que ia me deparar com um monte de garotas de óculos e cabelo preso, além de uns garotos parecidos com o Harry Potter.


Contudo, havia todo tipo de pessoa: jovens, adultos, crianças, roqueiros, cristãos, hipsters, nerds. Foi a primeira vez que fui a um lugar em que consegui encontrar três pessoas vestindo uma camiseta do Alice in Chains, uma das minhas bandas favoritas. Nada mal para um evento literário e, de certo modo, restrito.


Não que a Bienal seja elitista. O fato é que, no Brasil, um livro custa bem caro e, para mim, não faz muito sentido ir até uma grande feira de livros se você não for comprar nenhum. Deixei de ir ao evento em outras oportunidades por este motivo. Na verdade, eu só havia ido à Bienal do Livro uma única vez, quando era criança. Pelo que me lembro, sequer ganhei um livro. Entretanto, para uma criança, só o passeio já vale a pena. Na Bienal deste ano, por exemplo, vi uma criança feliz contando para mãe que havia visto o Ziraldo e o Mauricio de Sousa.


Porém, devo ressaltar que alguns expositores estavam dando descontos bastante generosos. Comprei dois livros com 20% de desconto cada. Outros, porém, se aproveitaram da ocasião, fazendo propaganda enganosa. Em dado momento do passeio, avistei um stand que dizia vender todos os seus livros com desconto de 50%. Estranhei, pois considerando a oferta, o lugar estava com pouco movimento. Interessei-me por um livro de história do cinema e perguntei o preço. A vendedora disse que custava 80 reais. Com ou sem o desconto estava demasiadamente caro para mim. Meti o pé.
Fui andando pela Bienal e como esperado, me vi cercado de livros por todas as partes. Era impossível fazer uma análise minuciosa de todo lugar, como pretendia. Desisti e fui escolhendo os stands e livros que queria ver por puro instinto. Mesmo assim, me senti desorientado, sem a menor ideia de para aonde ir. Não sou um assíduo frequentador de livrarias. Na verdade, sequer sou um assíduo leitor de livros. Leio muita porcaria, mas só na internet. No presente momento da minha vida, estou tentando fazer as pazes com os impressos, por isso fui à Bienal. Fui sem saber o que queria e acabei comprando dois livros que conhecia apenas de nome. Na próxima vez que eu for, farei uma lista previamente, antes de ir a caça.


Devo destacar que o público de quadrinhos ainda tem grande força. Na Bienal, os stands relacionados a quadrinhos e mangás estavam lotados. A maioria tinha até fila para entrar. Não me surpreende. Quadrinhos e literatura andam lado a lado.
O que estranhei mesmo foi a presença dos stands de algumas empresas na Bienal. Empresas de segmentos incompatíveis com a literatura, como telecomunicações, energia e internet. Quem sou eu para barrar alguém mas o que elas tinham a ver com livros? Tão incoerente quanto a Ivete Sangalo no Rock in Rio. Sem contar o One Direction. Sério: vi One Direction em vários pontos da Bienal do Livro. O que é One Direction? Francamente? Vou soar bobo e infantil com minha resposta clichê, mas ela é sincera: não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Não tenho mais paciência para discutir certos modismos.
Após ter comprado dois livros, vaguei pelos três enormes pavilhões da Bienal do Livro evento a esmo, sempre esbarrando em um monte de pessoas pelo caminho. Por um lado, isso até que foi bom. Passo tanto tempo trancafiado no meu quarto que, às vezes, acho realmente que sou especial. É bom sair e ficar no meio da muvuca de vez em quando, para ter noção do quão sou insignificante. Tal qual uma formiguinha em um formigueiro. Por essas e outras, sou a favor de experiências coletivas.


Sem contar a questão existencial. Eu existo! Sei disso, porque outras pessoas me viram. Tem dias que me sinto como um fantasma, morto há muito tempo... Dois vendedores me chamaram de “bróder”, provavelmente, por causa da minha atual barba setentista, que remete à blaxpoitation. Outros me chamaram de “professor”, talvez pela boina e óculos que eu estava usando. Por último, um garoto, do nada, veio apertar minha mão e me parabenizar pela camisa do mangá Bakuman, que eu trajava. Não se vê muitas pessoas com uma camisa dessas por ai. Eu pelo menos nunca vi.


Acho que interagi com mais seres humanos em uma tarde na Bienal do que no último mês inteiro na faculdade. Gostei, pretendo voltar. Por motivos literários e não literários. Pena que só daqui a dois anos. Quem sabe, na próxima vez, um livro meu pode estar lá à venda. Quem sabe.

domingo, 1 de setembro de 2013

Agostices

No primeiro ano do blog escrevi sobre o mês de agosto. Volto ao tema mais uma vez, não por falta de pauta, mas por relevância. Este ano tive um péssimo mês de agosto. Um dos piores da minha vida.


Coincidentemente, como da outra vez, calhou de falar sobre agosto no mês de setembro. Ocorreram uns imprevistos que abalaram minhas condições físicas e mentais, logo só estou podendo escrever agora. Faz parte. Em agosto tudo pode acontecer.
Outra coincidência é que mais uma vez, em agosto, fui fazer tratamento dentário. Mas claro que não era uma simples obturação. Tinha que ser um problema complexo, que me fizesse ir ao consultório toda semana deste mês lazarento. Algo que sugasse todo meu dinheiro e me deixasse em casa a pão e água, além de endividado. Quem manda ter dentes de vidro.


Outra chateação foi a “semana dos furos”. Não sou de sair muito, mas em determinada semana eu queria muito ir a vários lugares diferentes para aproveitar as minhas semi-férias. Chamei diferentes pessoas para sair comigo. Todas toparam, mas na hora de ir, não foram. Inventaram as mais variadas desculpas.
Acabei ficando em casa na maior parte do tempo. Sei que devia ter saído de qualquer modo, mas perdi o ânimo. Contudo, houve uma exceção. Ganhei ingressos para o Anima Mundi e convidei uma velha amiga para ir comigo. Não falava com ela havia uns cinco anos. Para minha surpresa, ela aceitou.


Cheguei ao local combinado, liguei e ela disse que estava a caminho. Apesar do seu atraso, disse que a esperaria. Fiquei sozinho na Lapa, à noite, no meio da rua, aguardando-a. Passou uma hora. Duas horas. Três horas. Meti o pé. Ela não apareceu. Me deu um perdido. Irônico. A única pessoa que aceita sair comigo não comparece, nem dá satisfações. Viva a modernidade.
Dias depois, por Facebook, ela disse que haviam roubado o celular dela a caminho de nosso encontro. Ok, consigo entender porque ela não me ligou para avisar que não viria. Não sei de cor meu próprio número, imagina alguém com que não falo há cinco anos. Contudo ela poderia ter me dado uma satisfação no dia seguinte, coisa que não o fez. Só soube o que tinha acontecido porque tive curiosidade e quis saber o que tinha acontecido. Se dependesse dela...
Ela foi assaltada na Central por um pivete o qual apelidou de “Flash Negro”. O cara havia levado seu celular novo, e claro, saiu correndo depois. Ela fez uma piadinha, insinuando que eu estava mancomunado com o sujeito. Como se eu houvesse combinado aquilo tudo. Não gostei da insinuação e brigamos.


Apesar disso, resolvi tentar sair de novo com a mesma pessoa. No mesmo lugar. Liguei, mandei SMS, mensagem, sinal de fumaça e ela não deu nenhum sinal de vida. Sequer fui lá de novo. Desisti de ir ao Anima Mundi em 2013. Estava sem clima para isso.
Não aprendi. Juro que não sou masoquista. Convidei a mesma pessoa, para ir ao cinema comigo ver o filme novo do meu ídolo, Adam Sandler. Ela aceitou e me perguntou quando eu queria ir. Disse o dia e ela me pediu um minuto. Brinquei, falando “só falta você olhar na agenda”. Foi o que ela fez. E advinha: ela não podia. Disse que só teria tempo livre no final de outubro.
Me chame de egoísta, mas não consigo acreditar que uma pessoa, que queira mesmo sair com outra, não encontre 30 minutos de sua maldita semana para encontrar-se com alguém ou fazer qualquer tipo de atividade de lazer. Sei que todos têm suas obrigações mas... Fala sério. Ela não é a presidente. Não é a CEO de uma empresa internacional. É só uma universitária como eu. Tenha dó. Até mesmo, pessoas ocupadas se divertem com um pouquinho de esforço e boa vontade. Depois dessa, enfim tomei vergonha na cara e a mandei para minha geladeira social. Como se ela se importasse com isso.


Outro acontecimento “marcante” de agosto foi que descobri que minha musa eterna arrumou um namorado novo. Tudo bem que ela já havia me rejeitado, definitivamente, meses atrás, mas eu não precisava ficar sabendo dessa. Ainda mais em agosto. Mas ela não teve culpa. Eu que por acidente de percurso, acabei clicando e acessando o perfil dela, sem querer. Acabei vendo o que não queria. A ignorância, às vezes, é uma benção.
Outro entrave foi que minha melhor amiga entrou para a faculdade. Porque entrave? Porque agora ela está lá, fazendo novos amigos na faculdade dela e consequentemente, desde então, tem menos tempo para mim. Normal. Mas sou egoísta. Queria ela só para mim. Como amigo. Nem tento furar o olho do namorado dela. Sou um bom menino. Aparentemente. Por enquanto.
Pior que os acontecimentos ruins de agosto, são os enganosos. Você pensa que algo vai dar certo e dá errado. Por exemplo, tem o tal filme do Adam Sandler, Gente Grande 2. Sou fã do Adam Sandler e dos filmes dele, apesar da crítica odiá-lo. Gosto de comédia pastelão e descompromissada. Rir faz bem a minha saúde, logo mesmo só, fui ver o filme. Acontece que ele é tão ruim que eu até chorei. Até tu, Sandler, meu filho? Gente Grande 2 não tem sequer um enredo. Se fosse para escrever a sinopse eu diria que Sandler e seus amigos do filme anterior se reúnem novamente para ficar andando pela cidade natal deles, fazendo zueiras para todo lado e peidando entre as cenas. Falo sério.


A série “engana que eu agosto” não termina aí. Conheci uma garota legal na faculdade. Ela está no segundo período e é relativamente nova. Ainda não está envenenada com o espírito wannabe, hipster ou yuppie de certas pessoas. Fiquei feliz de conhecer alguém simples e simpática como ela. Conversamos por dias, mesmo eu sabendo desde o início que ela já ficava com um cara. Daí, um belo dia, ela me diz que haviam terminado. Fiquei feliz, mas claro me contive. Ela fez todo aquele drama feminino, dizendo que não queria saber de ninguém no momento. Respeitei, apesar da minha ansiedade. Menos de um dia depois ela já estava de caso novo e “apaixonada” por outro, que claro, não era eu. Resolvi nem reclamar. Dei tchau e fui adiante. Ok, reclamei sim, até implorei, mas não teve jeito. A bola da vez não era eu.
Após essas e outras frustrações, enfim cheguei vivo e são ao dia 31 de agosto. Sabadão, penso que vou ficar sozinho em casa, em silêncio, com meus pensamentos... Começa a ter obra aqui em casa. Justo quando pensei que agosto estava morto e enterrado. Dei boas-vindas ao barulho e a sujeira. Além disso, o grandalhão ocioso que aqui escreve ainda teve que passar seu sábado carregando entulho para completar a diversão.
Mesmo moído por dentro e por fora resolvi registrar a ocorrência de agosto de 2013. Por hora eu o odeio, mas no futuro esse período pode ter algum valor nostálgico para mim. Certamente agostos muitos piores virão por aí.