sábado, 20 de abril de 2013

Joey Ramone

Comecei a ouvir Ramones em 2010. No começo, além da voz rouca e esquisita do vocalista, estranhei a sonoridade veloz e agressiva da banda. Porém, com o tempo, fui gostando cada vez mais. Procurei as traduções de algumas músicas, pesquisei a história dos membros e acabei virando fã. Sério. Sei que é moda dizer ser fã dos Ramones hoje em dia (quase todo mundo tem uma camiseta deles), mas me considero um de verdade. Me identifiquei com os caras, principalmente com o vocalista Joey Ramone. Tanto é que hoje resolvi fazer uma singela homenagem ao mesmo.
No dia 15 de abril de 2001, falecia em decorrência de um linfoma Joey Ramone, vocalista dos Ramones e considerado o pai do punk rock. Muitos lembram de Joey somente pela música. Eu curto as músicas, mas também o tenho como exemplo de vida.


Há uns tempos atrás, assisti ao documentário End of The Century – A História dos Ramones e conheci a história de Joey Ramone. Jefrrey Hyman era um garoto alto, magrelo e desengonçado do bairro do Queens, Nova York. Isolado, quieto, introvertido, tinha problemas de socialização e sofria de TOC (Transtorno Obssessivo Compulsivo). Por conta da doença, inclusive lhe foi dito que seria incapaz de exercer qualquer atividade na sociedade.
Então esse mesmo garoto encontra uma fuga na música. Jeffrey entra em uma banda como vocalista. No documentário, o irmão de Joey, Mickey Leigh, comenta o quão foi surpreendente ver seu tímido irmão em cima de um palco urrando, agitando a plateia. Um tipo de transformação que só se vê em filmes. Infelizmente, pouco tempo depois ele foi chutado dessa banda. A justificativa: Jeffrey era feio demais para ser vocalista. Mundo babaca.


Posteriormente, ele entra nos Ramones, adota o nome Joey Ramone, vira rockstar, mas a vida de novo resolve lhe pregar uma peça. Sua namorada o larga para ficar com o guitarrista da sua própria banda, Johnny Ramone, que se tornou um dos talaricos mais famosos do mundo do rock. 
Reza a lenda que a canção The KKK Took My Baby Away, é sobre o caso. Além disso, vale a pena dizer, que tanto Johnny quanto sua ex sequer se deram ao trabalho de lhe dar alguma satisfação. Algo que o magoou mais do que a traição. Parece que Joey estava destinado a usar a música para lidar com suas frustrações.
Dee Dee Ramone, o baixista da banda, era quem compunha a maior parte das músicas, mas Joey era o cara romântico. Logo, compunha a maioria das love songs dos Ramones. Típico de uma pessoa feia: idealizar o amor. Sei bem como é isso.


O que me impressiona é que mesmo após o incidente, Joey continuou na banda. Se fosse eu, a brincadeira tinha acabado ali mesmo. Sem contar que os dois tinham visões políticas completamente diferentes. Johnny era o típico norte-americano, conservador, de direita e Joey era um judeu nova-iorquino, engajado, de esquerda. Pouco se falavam nos bastidores, mas no palco resolviam suas diferenças. Mesmo no final da banda, doente e cansado das intermináveis turnês, ele continuou bradando "Hey ho, let's go!" pelo mundo afora sem reclamar. 


Os Ramones eram como um vício para Joey. Um vicio que lhe dava reconhecimento, atenção, aceitação, visibilidade. Ele estava mais interessado nisso do que no dinheiro. Por isso continuou na banda por tanto tempo.
Não curto esse lance de fama. Acho que se trata de uma grande ilusão. Outro dia mesmo, eu estava olhando uma fanpage dos Ramones no Facebook e reparei que uma garota lindíssima fez o seguinte comentário em uma foto do Joey: "Lindo!". Lindo? Fala sério. Vamos parar com a hipocrisia. O cara era talentoso, carismático, icônico, mas lindo já é demais. Joey era feio e esquisito. Um completo outsider. Fato. Queria ver se ele vendesse pipoca na porta do colégio particular dessa mesma senhorita. Duvido que ela iria chamá-lo de lindo. Pelo menos a garota tem bom gosto musical. Se bem que ela pode ser uma poser. Muitos posers dizem ser fãs dos Ramones. Compram uma camiseta e dizem que sua música favorita é Hey ho, let's go, sendo que a música se chama Blitzkrieg Bop.


Chega de zoar os posers por hoje. Voltemos ao homenageado. Sou fã do Joey Ramone por conta de todos esses motivos que citei. Me identifico com ele porque também sou alto, esquisito, recluso e um cara de direita já ficou com a garota que amo. Ou dois. Ao menos, eu não fui traído. Enfim... Joey Ramone é ídolo. Da contra cultura, dos rejeitados, do punk rock. E viverá eternamente em nossos corações. Gabba gabba, we accept you, we accept you, one of us.

2 comentários:

  1. Anônimo30/4/13

    vc com esse post, tbm é mt poser, pelo visto vc nao leu nem metade dos livros que deve ser sobre os ramones, leia tbm o please,kill me, Joey não era tão rejeitado assim pelas mulheres cara, ele se envolveu com varias delas antes dos ramones, sim claro ele é estranho, mas no mundo do rock ele pode sim ser lindo pra alguem. Se liga, a beleza está nos olhos de quem ve mano. E sério,, não deixe de ler esses livro, ele é dividido em part 1 e part2, mas tem a edição completa, é importante.

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  2. Obrigado pelos elogios. O feitiço virou contra o feiticeiro. É isso que dá usar o termo poser: sempre aparece alguém que sabe mais do que você e que se julga melhor do que você. Vamos por partes.
    Não, não li livro algum.
    Não duvido que ele tenha se envolvido com outras antes ou depois da fama. Só quis destacar a relação dele com a Linda, por ser a mais conhecida. Não disse que foi a única que ele teve na vida.
    E quanto a beleza alheia... Claro que é verdade que a beleza está nos olhos de quem a vê, mas fama também ajuda. Foi isso que quis dizer.
    E quanto aos livros, mais uma vez, obrigado pelas dicas. Sugestão anotada. Abraço!

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