domingo, 14 de abril de 2013

O Retorno Do Anti-Herói Do Povo

Olá pessoas que supostamente leem meu blog. Como vão vocês? Tudo bem? Sentiram a minha falta? Parem com o choro, sequem suas lágrimas. Sei que não. Mas estou de volta.
Continuo bem, obrigado por perguntar. Bom, acho que é necessário dar as devidas justificativas da minha ausência prolongada (embora durante todo esse tempo ninguém tenha me perguntado porque parei de escrever). A resposta é simples: cansaço. A vida dupla de estagiário e universitário foi demais cansativa para o corpo hospedeiro do Pharaoh. Sem contar a vida pessoal... Mas isso eu conto melhor em outras ocasiões.
Além disso, devo confessar que nos últimos posts eu estava escrevendo sem prazer. Detesto fazer coisas sem prazer, como um hábito. Logo, também por este motivo, tirei férias do Deserto das Areias Azuis. Só agora me dei conta de esse recesso durou exatamente um ano.
Vocês devem estar se perguntando o que me motivou a escrever de novo. De fato aconteceu algo. Não quero parecer presunçoso, mas foi algo desencadeado por mim. Ou por uma ligeira mudança de postura na minha relação com o mundo.
Acredite se quiser mas fiz coisas boas para outras pessoas. Até com certa regularidade. Pelo que me vem a cabeça, só nesse ano: ajudei duas crianças a atravessar a rua; acompanhei uma moça em um corredor, como um guarda-costas, uma ideia que me abomina, porque ela não queria ir sozinha por causa de um stalker sem noção que a ficava amolando; fiz um desconhecido sorrir; banquei o guia turístico para inúmeros perdidos na cidade dando a informação certa ao invés de dizer "não sei"; bati papo com gente mais esquisita e solitária do que eu (isso não foi legal de dizer, mas eu disse, me processem); fui solidário, dando palavras de apoio a alguém que passou por um fracasso.
Todos essas pequenas ações podem parecer insignificantes para os escoteiros e bons samaritanos por aí que fazem isso todo dia. Só que para mim significa muito, pois embora pareça, não sou de todo bonzinho. Reside em mim um individualismo imbecil no qual o que impera é a lógica de cada um por si. "Cada um com seus problemas." Ignorei meus instintos egoístas e dei suporte a essas pessoas, mas só porque elas me pediram ajuda. Exceto no último exemplo no qual eu tomei a iniciativa, admito, com segundas intenções. Depois acabei rejeitado pela garota, mas mesmo assim valeu a pena ter dado uma força. Não me arrependo.
Porém no fundo eu sabia, ou melhor, sentia que não era por altruísmo. Logo não era heroísmo, era algo diferente.
Um herói geralmente escolhe ajudar. Eu era apenas uma pessoa presente no momento. Não me voluntariei; vi uma necessidade, me pediram para colaborar. Colaborei.
Mas como um anti-herói. Vocês sabem o que é um anti-herói, certo? Um sujeito todo errado, cheio de defeitos, mas que na hora H, por seus motivos, faz o que deve fazer: a coisa certa.
O que tudo isso tem a ver com voltar a escrever? Pouco na verdade. Simplesmente percebi que compartilhar minhas desventuras aleatórias pode servir de consolo ou estímulo para outros jovens anti-heroicos por aí. O mundo esta cheio de gente disposta a se vangloriar e narrar seus sucessos. Faltam pessoas dispostas a falar de coisas que não costumam ser faladas. Eu nao diria necessariamente que deviam falar mais de seus fracassos, mas sim  com mais franqueza. Sem essa necessidade idiota de se autopromover o tempo inteiro.
Faltam anti-heróis. Acho que sou um e decidi voltar. Não espero ganhar nada em troca com isso. Quem sabe um agradecimento como "Você é meu anti-herói favorito", seguido de um tapinha nas costas. Se isso acontecesse, este grosseirão daria em troca seu melhor sorriso.

PS: Em relação ao titulo eu só coloquei o "Do Povo" no final para ficar mais sonoro. Espero que tenha funcionado. De qualquer jeito não está errado: sou do povo mesmo. Todos são. Só que nem todos se orgulham.
PS 2: Olha o broche do Travis Bickle. "We Are The People". Tudo a ver. Aliás, assistam Taxi Driver se puderem.

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