quinta-feira, 10 de junho de 2010

Roupas

Nunca liguei para roupas. Já me acho feio, ridículo e tosco demais para me importar com a aparência daquilo que estou vestindo. Sério; mesmo se eu pudesse trajar um terno de ouro puro, ainda iria me sentir interiormente o mesmo otário cagalhão de sempre, portanto, não faria qualquer diferença.
Nem sequer compro as minhas próprias roupas; afinal sou um jovem cidadão brasileiro, morador da zona norte carioca, falido e desempregado que não tem condições para isso. Com raras exceções. Palavras como moda ou estilo nunca germinaram na minha cabeça. Acho até ridículo o apego que minha geração tem a marcas e grifes de roupas famosas. É moda andar por aí, como se fosse outdoor , fazendo publicidade gratuita das Abercrombies e Oakleys da vida. Parece que ninguém se garante pelo que é. Visto qualquer coisa limpa, passada à ferro e sem buracos que aparecer na minha frente, enquanto vasculho o guarda roupa. Não imagine gracinhas de gênero sexual, porque meu guarda roupa só tem roupa de homem, não tenho saias e nem kilt, só pra ficar sabendo.
Tenho um monte de blusão largo doado, que me faz parecer um grunge, vagabundo, espantalho ou lenhador se preferir algo mais rústico. Esse leque restringido de opções também se justifica pelo fato de que eu odeio sair para comprar roupa ou qualquer outra coisa. A paranóia de segurança das lojas me deixa tão intimidado que às vezes saio delas me achando culpado mesmo sem ter tido roubado porra nenhuma. Resultado: pego qualquer coisa, pago e saio rapidinho.
Isso quando tem o meu tamanho. Ser um cara grande é complicado, tem que ter muita paciência e sair pesquisando e ouvindo os risinhos de deboche dos vendedores a respeito da falta no estoque de modelos para meu tamanho específico. E quando tem o tamanho, tem o problema da escolha de cores que geralmente são horríveis. Só aquelas cores neutras: verde cor de catarro, marrom, preto, cinza com amarelo. Até eu que não gosto de moda acho feio pra cacete.
O assunto roupa na minha cabeça está rendendo mais até do que eu esperava. Um tipo de roupa que sempre me incomodou muito são os uniformes. Em boa parte deles, eu sou obrigado a fazer uns ajustes para caber neles e usá-los. Os uniformes são sempre tão padronizados que me irritam. Ao me ver eles a cada dia estão matando a individualidade de cada um e ainda anunciam o nosso destino de viagem, para qualquer um enxergar de longe e descobrir, justamente por conta de suas características específicas como a cor ou um emblema de uma instituição. E se eu não quiser que as pessoas saibam onde estudo ou trabalho, seja por vergonha ou outro motivo tolo?. Mas também sei que numa escola, por exemplo, se cada um usasse o que quisesse seria uma putaria só. A garotada atual, principalmente as meninas, é promíscua demais e sairia mostrando tudo pro deleite dos pervertidos feito eu. A solução seria adotar um outro padrão de limites de exibição de partes do corpo. Mesmo assim continuaria a valer a imposição vestuária. Por esse ponto de vista, eu defendo a livre escolha de roupas das pessoas, mesmo com a imoralidade. Na minha opinião, na verdade todo mundo tinha é que andar sempre pelado com as cobras e as pererecas de fora. Uma utopia que eu sonho todo dia. Minha visão de paraíso...

Um comentário:

  1. Anônimo20/6/10

    medo dessa imagem (carool matos akie tah ligado

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