quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nacionalismo

É aquilo que aqui no Brasil surge de 4 em 4 anos em época de Copa do Mundo. Algo impulsionado pela nossa amada seleção brasileira de futebol. Não, correção. Motivado pela mídia de massa que cria um ufanismo imenso por causa de uma merda de taça de ouro que para mim e para grande maioria não vai servir pra porra nenhuma. O tempo todo a mídia trata tudo de forma regional, mas nessa época, eles mostram recortes do país todo festejando durante o mês inteiro da competição, ganhando até mesmo, do período de celebrações do ano novo que mostra os estados da nação em festa durante um período bem menor. Talvez somente o Carnaval possa ser comparado ao sentimento de brasilidade criada por uma Copa do Mundo. Se não fossem essas épocas, eu desconheceria o olodum, o frevo e outras expressões culturais do nosso povo.



Não sou nenhum ser estraga-prazer, sempre do contra sobre tudo. Só acho que é um problema muito grande a gente só se unir para o futebol e o samba e apenas através disso encher a boca pra se dizer brasileiro. E olha que nem sou um cara muito nacionalista.
Outro dia, eu estava visitando um fórum virtual de discussões sobre música. Nem lembro o assunto abordado em questão, só lembre que um indivíduo, um daqueles roqueiros bem hardcore, estava descendo o pau, ridicularizando pra cacete o funk, o axé e o forró, gêneros os quais eu também tenho total antipatia, por conta disso, eu como fã de algumas bandas gringas, até concordei com ele. Isso até eu ler um comentário de outra pessoa que me fez refletir: “Porra cara, tu fica rebaixando esses gêneros e exaltando os caras de fora, comprando os cds e enriquecendo um bando de moleque cagão que não tão nem aí pra você, um bando de cabeças ocas do estrangeiro. Seja nacionalista véio!”.



Um comentário que expressa a mais pura verdade: sempre exaltamos o que vem de fora e rebaixamos o que temos aqui. Algo que não deveria acontecer. Todo mundo tem o direito de ouvir e gostar o que quiser. Mas é lamentável ficar linchando e avacalhando a própria cultura, a cultura nacional, por mais tosca que aos nossos olhos possa parecer. Deve-se respeitá-la ou pelo menos ficar quieto. Muitas vezes esses gêneros representam uma oportunidade de grupos de excluídos e marginalizados da nossa sociedade se expressarem, num país que ora não os enxerga, ora os ridiculariza.
Brasileiro tem muito essa síndrome de vira-lata, esse sentimento de inferioridade de país de terceiro mundo, chegando ao cúmulo de sair daqui e falar mal da própria terra no exterior, criando uma imagem ruim lá fora, o que é péssimo. Falo mal daqui também, mas quando alguém de fora vem e fala mal daqui, como aqueles merdas metidos do Oásis fizeram em Porto Alegre, fico puto e revoltado. Não devemos nos fingir de cegos e esquecer os nossos problemas internos. Mas poderíamos exaltar de forma mais intensiva as coisas boas que possuímos em nosso país. Fora o futebol, as mulatas espetaculares e o samba, claro!

PS: Sou fã do Blink-182 e escuto mais música internacional do que brasileira. Alguém se habilita a me nacionalizar musicalmenente?

Nenhum comentário:

Postar um comentário