quinta-feira, 10 de junho de 2010

Herói Da Vida Real

Existem aqueles dias em que você pensa que foi um perfeito herói. Não me refiro à um daqueles de histórias em quadrinhos ou dos cinemas, repletos de poderes especiais fodônicos. Me refiro às ações mais cotidianas; o agir certo até mesmo em momentos inesperados. Ser útil, valoroso e solidário para as pessoas ao seu redor. Algo que gera o respeito dos outros e dá um certo respeito a si mesmo. Orgulho. Salvar o dia. O suficiente pare se sentir uma pessoa satisfeita e realizada. Será mesmo?
Honestamente, eu digo que tenho lá os meus poucos momentos de heroísmo. Ações bem babacas que qualquer um com juízo, julgaria sem importância alguma. Como ser o único de um grupo a lembrar de fazer uma maquete para algum trabalho escolar e não fazer as cinco pessoas envolvidas zerarem, aparecendo com ela prontinha na última hora. Mas por menor que ações, como essa, tenham sido, elas foram capazes de originar em mim, um sentimento de nobreza de caráter enorme e inéxplicável. É o que acontece quando você é um canalha o tempo todo, qualquer merdinha que você faz de bom te faz sentir o máximo. Lamentável, eu sei. Porém, o ato de fazer a diferença em um momento qualquer continua tendo o seu valor e a ser uma atitude louvável.
Daí, em seguida num dia desses, tem o caminho de volta para casa e você se vê pensando diante de alguns elementos básicos ao seu redor. As mãos nos bolsos vazios da calça comprida, uma noite fria, escura e desoladora e só aquela lua, grande e brilhante no céu como companhia de consolo, não ganhando nada de concreto em troca, como um mísero abraço sincero. A conclusão que se tem num dia desses para mim acaba sendo meio pessimista e gera alguns questionamentos de revolta. Que porra é essa? Cadê minha recompensa cacete? Isso é justo? Perguntas feitas ao vento, que retornam sem resposta alguma e que expressam o desejo de algo mais de um herói atípico. Com certeza as coisas podiam ser melhores.



Esforçar-se, dar o máximo de si, para ser lembrado por algo bom que você fez nessa existência mundana, pra deixar de ser alguém medíocre, mesmo que momentaneamente. Isso enquanto um Zé Boceta qualquer, egoísta e mau caráter (juízo de valor feito por contastações diárias) está acompanhado de uma bela garota. E você, numa daquelas noites que eu descrevi acima no parágrafo anterior, observa eles caminharem felizes, lado a lado, até sumirem bem ao longe. Dá uma baita inveja para dizer a verdade. Principalmente se ela for a garota que você ama e observou o dia todo...
Voltando a seriedade; lógico que agir como um herói não é nada disso. Não fazemos boas ações só com intenção na recompensa, prêmios e glórias. Você faz o que sente que é certo e deve fazer. Isso é recompensador. Mas que fica um gostinho de quero mais, fica com certeza. A esperança é o reconhecimento por algo bom realizado; se não dos outros pelo menos de si mesmo.

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