quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Ira Dos Vinte Anos

Com este título, você deve estar pensando que eu pretendo plagiar o livro de poemas do Álvares de Azevedo. Adoro o cara, me identifico com suas poesias, tenho meu lado porra louca ultra-romântico, mas não sou um grande fã de poesia. “Eu não sei fazer poesia... Mas que se foda!”, como diria o Chorão do Charlie Brown. Só sei escrever essas bobagens que aqui posto. Na verdade já tinha pensado no título desta crônica meses atrás muito antes de escrevê-la. Isso porque este momento de clímax estava se aproximando: meus vinte anos, misturados com muita raiva interna. Daí a ira.
Bem, meu aniversário acontece todo ano no dia de 10 de setembro. Coincidência não? Nasci lá pelas 8 horas do ano de 1990. Não lembro bem de mais detalhes...
Engraçado que eu estou percebendo que um monte de gente que eu conheço faz aniversário esse mês. Até meu ídolo, Adam Sandler faz aniversário no dia 9. O rapper Ludacris também é um filho de setembro, faz no dia 11. Coitado. Eu que não queria ser ele. Pra vida toda irão fazer associação com as torres gêmeas.
A minha teoria de porque isso acontece, de porque a taxa de natalidade é tão alta nesse período é baseada na matemática. Subtraindo nove meses, o período de gestação de uma mulher humana do sexo feminino (redundância proposital ativada!), chegamos á aquele período de final de ano, de festas, férias e celebrações em que a rapaziada bebe champanhe e outras bebidas alcoólicas pra caralho. Aí faz o que não deve e já viu. Como diriam os filósofos do grupo É o Tchan “Depois de nove meses você vê o resultado”. Indesejada ou não gravidez é gravidez.
Bom, escrevi isso um dia antes do meu aniversário. Em 24 horas chego aos 20. Estou inspirando meus últimos momentos de teenager. Não foram muito bons, mas deixarão saudades. Já até me sinto decadente mesmo sendo tão jovem. Não vejo mais graça em certas coisas e em alguns momentos que me exigem seriedade fico na maior babaquice. Não entendo muito esse lance de ser adulto, mas pelo que estou vendo é um saco. Exibicionismo, puxar-saco, cobrança, conservadorismo. Percebo de antemão que as coisas vão piorar.
O que importa é que pelo menos cheguei até aqui, completando duas décadas de vida. Nem acreditava que ia viver tanto tempo. Em 2007 tinha umas dores de cabeça tão loucas que achava ate que ia morrer. Sobrevivo bem, fisicamente pelo menos.
O impressionante é que ainda sou o mesmo. Minha evolução mental estagnou nos 13 anos. Isso é bom ou ruim? Ser que nem o Pikachu e não evoluir por livre escolha? Ser um ser imutável? Aliás, é normal um homem adulto de barba na cara (cavanhaque pelo menos) se equiparar a um Pokémon?
Seja você mesmo, é o que dizem. Eu tento. Não me beneficia em nada mais eu insisto. Ainda não atingi a desejada felicidade. Nem sei bem o que ela significa. Pode ser que signifique enfim conseguir uma namorada que goste de mim de verdade e não uma solteirona desesperada que fica comigo esperando algo melhor, a esperada independência financeira pra eu gastar meu salário todinho em bala, fazer sexo na lua fantasiado de esquimó, felicidade deve nascer nesse tipo de coisa.
Não é bem isso. Felicidade não são conquistas materiais. È um estado de espírito. Algo imperceptível, quando a encontramos não a percebemos. Ou só a percebemos quando a perdemos?
Mudando de assunto, quando eu tinha 17 anos li o mangá Great Teacher Onizuka e achava engraçado o fato do cara ser um professor de 22 anos de idade virgem ainda. Estou chegando aos 20, continuo virgem (neste mesmo sentido que você está pensando) e não vejo mais graça nenhuma nisso. Isso que é sentir na pele o drama de um personagem.
Chegou o momento dos meus costumeiros parágrafos de encerramento e da conclusão séria. A minha ira dos 20 anos se justifica pelo fato de que me fudi muito até hoje. Lógico que a minha vida não e só desgraça. Tenho meus momentos de alegria que me fazem muito bem e são ate mais significativos que os ruins. Mas os maus momentos prevalecem e ignorar isso seria um insulto a minha inteligência. O que importa é que mesmo nos maus momentos tive a oportunidade, ou melhor, a sorte de conhecer pessoas maravilhosas ao longo desses anos. Poucos que eu conheci eram canalhas, e estes prefiro nem lembrar. Agradeço a entidade lá em cima que nos olha seja ela Deus, Buda, Alá, Zeus, Odin, Obi-wan, por tudo pelas experiências e obrigado a todos vocês por volta e meia darem atenção a um pobre tolo incompreendido chamado Christian.
A propósito quem me mandar um recadinho de aniversário já vai fazer parte da minha herança. Todo ano somente meu pai e minha mãe, por razões óbvias lembram do meu aniversário. Meu telefone fica mudo o dia inteiro, minha página de scraps fica inalterada como sempre e já estou cansado de fazer esse tipo de piadinha lamentável-sofredora. Nem estou pedindo pra irem daqui a 40 anos no meu enterro. Mas não se empolguem com a minha “herança”. Só possuo uma flauta Yamaha, um violão Memphis, uma baqueta (isso mesmo, só uma!), uma coleção completa de mangás dos CDZ, meu óculos, minha mochila, alguns tazos, roupas usadas e remendadas e um monte de livros velhos embolorados...Alguém vai querer essas tralhas?

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