terça-feira, 19 de abril de 2011

Boas Mulheres Deviam Ser Felizes

Impressionante como não consigo pensar em algum acontecimento positivo na minha vida relevante o suficiente para postar aqui. Só me acontecem desgraças e mais desgraças. Felizmente são desgraças de baixo nível, no bom sentido. Desgraças pequeninas de um jovem imaturo desafortunado. Podia escrever músicas melosas baseadas nas minhas experiências ruins, mas não pretendo me tornar um futuro ídolo emo de adolescentes deprimidas. Não sei cantar e nem tocar guitarra. Melhor então encontrar uma forma de rir da própria desgraça e tirar proveito disso. Uma boa idéia seria criar um seriado baseado nas minhas experiências ruins para ganhar uns trocados, mas pelo visto alguém já teve essa idéia. Estou falando com você, senhor Chris Rock. Valeu mesmo...
Paremos de enrolação agora e vamos direto ao fato em questão: perdi minha     chance com mais uma pretendente. História clássica. Um cara conhece uma garota, os dois se dão bem, trocam telefones, se ligam, até que um belo dia ela diz a clássica frase “Conheci alguém”. Preciso dizer qual desses três personagens eu sou nessa história? No impulso da raiva acabei mandando um SMS com os dizeres “Não quero mais saber de você. Fica com seu namoradinho. Adeus”.
Logo ela, que vivia desconfiada de mim e das minhas intenções, me apronta uma dessas... Nosso tempo de diálogo tinha durado umas duas semanas até esse acontecimento. Convidei-a para sair conforme o manual de relações humanas, mas na primeira semana ela disse que era cedo demais para isso e na segunda semana também não seria possível porque ela iria até à praia com umas amigas. Até ai tudo bem, resolvi ser paciente e esperar. Ligo pra ela, já em outro dia perguntando mais uma vez, sobre uma possível saída a dois e ela me conta que conheceu um sujeito em uma festa e que no dia seguinte o reencontrou. Acabaram ficando juntos. Sacou o lance? O manolo conseguiu em dois dias o que não consegui em duas semanas. Presença faz diferença. E como. Pior para mim...
Ou seja, fiquei duas semanas trocando idéias com uma garota bonita, solteira e heterossexual (primeira coisa que faço hoje em dia é perguntar se a menina é lésbica...), na qual estava interessado, à troco de nada. Gastei os créditos do meu celular de pobre pré-pago à toa. Será mesmo?
Uma coisa posso afirmar: ela é uma pessoa legal de se conversar. Não ficaria tanto tempo conversando com alguém se o papo não fosse minimamente interessante. Até por isso pensei, ingenuamente, que havia rolado alguma química. Estou cansado de conhecer belas garotas cheias de idéias erradas na cachola. Não que eu esteja à procura de um clone meu em versão feminina. Só acho que a pessoa seja qual for, deve ser flexível, ter suas opiniões e respeitar as dos outros. Algo que essa garota em particular, mesmo com sua simplicidade fazia muito bem.
Depois de todo esse acontecimento fiquei uma semana sem falar com ela. Tive tempo para pensar se estava sendo injusto ou até mesmo imaturo. Afinal eu era apenas um pretendente. Não chegou a ser uma traição. Não assinamos nenhum contrato e nem firmamos um relacionamento: era apenas uma possibilidade que não se concretizou. Não é nem questão de ser corno manso. O corno apesar de tudo, ao menos ficou com a dita cuja que lhe pôs chifres. Qual situação é menos pior? Acho que a minha.
E tem mais: ela sempre foi muito carinhosa comigo. Me mandava mensagens me desejando bom dia, boa noite etc. Coisa rara de acontecer, principalmente comigo.
Lembrei de um capítulo de um mangá que eu li um tempão atrás. Na história o personagem Taizo “Madao” Hasegawa se apaixonava pela enfermeira que cuidava dele no hospital. Um dia ele descobre que ela está apaixonada de verdade por um cara, que obviamente não é ele. Ele decide ajudar a aproximá-los e quando lhe perguntam o porquê ele solta uma frase que até hoje não sai da minha cabeça. “Boas mulheres deviam ser felizes”.


Para mim isso nem pareceu uma justificativa. Encarei a frase como uma lei. Deixando sua felicidade de lado ele resolve ajudá-la a conquistar sua felicidade. Um tipo de retribuição bem difícil de acontecer na vida real. A gratidão pode ser dolorosa. Em geral se busca a felicidade a qualquer custo. Homens então, são egoístas natos. Vivem competindo entre si. Como não sou uma pessoa de verdade poderia tentar algo do tipo. Não agindo como o Madao (aí seria demais para mim), mas ao menos ser mais compreensivo. Não dificultar as coisas. O ato de fechar portas é muito ruim, principalmente quando relacionado a pessoas.
Compreendido isso, mandei uma mensagem para ela pedindo desculpas. Posso ter perdido uma possível namorada, mas isso não precisava ser um motivo para perder uma amiga. Ela leu, me ligou de volta, me perdoou e voltamos às boas de novo. Não sou tão bonzinho assim para concluir o texto dizendo “se ela está feliz também estou feliz”. Ainda estou incomodado porque isso aconteceu recentemente. Com o tempo a raiva e a frustração devem passar. Então nem sei se a história teve final feliz. Ficamos apenas amigos mesmo.


Depois disso fui pra cozinha, preparei um baldão de pipoca, e passei a noite comendo e vendo uns filmes de comédia para desestressar um pouco. Dei umas boas risadas (mais da minha situação do que dos filmes) e fui dormir. A vida continua. Mais sorte e mais rapidez na próxima vez. Fica a lição.

PS: Se você deseja saber o que significa Madao leia aqui.
PS2: Essa é para a Maiara. PS quer dizer Post-Scriptum uma expressão em latim que significa "escrito depois". Para mais informações clique aqui.

2 comentários:

  1. Anônimo22/4/11

    Obrigada,Christian,mas sua colaboração veio tarde demais,já havia feito uma pesquisinha,rsrsrs...Beijo carinhoso,fique em paz!Maiara

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