sexta-feira, 17 de junho de 2011

Dois Meses De Facebook

Na verdade, esse título aí de cima é mentiroso. Explico. Possuo uma conta no Facebook desde meados de 2010. Afirmar possuir algo é bem diferente de afirmar utilizar tal coisa. O que estou tentando dizer é que eu tinha uma conta no Facebook, mas não a utilizava. Criei uma só por fanfarronice mesmo, só para dizer que tinha uma. Afinal de contas eu já possuía uma conta no Orkut, para que diabos então iria usar outra rede social para me comunicar com os meus conhecidos?
Não, não comecei a utilizar “de verdade” o Facebook por influência do filme sobre o Zuckerberg. Nem assisti esse filme ainda. Comecei a utilizar tal rede social, há mais ou menos dois meses atrás, só para entrar em contato com uma pessoa específica, a qual não conseguia falar no Orkut. Pensei em duas possibilidades: ou ela estava me dando gelo ou simplesmente não estava lendo minhas mensagens. Preferi acreditar na segunda possibilidade e estava certo. Tal pessoa, agora só utilizava o Facebook para se comunicar com amigos e se tornara um mero fantasma do Orkut, assim como muitos outros amigos meus. O Orkut ainda possui muitos usuários, só que eles estão se tornando cada vez mais inativos. Muitos migraram para o Facebook então decidi fazer o mesmo.


Depois desse pontapé inicial, aproveitei para adcionar a galera toda que esteve e ainda está ao meu lado o tempo todo ao longo da vida. Surpreendi-me quando terminei de adcioná-los porque no final do processo, pude contabilizar mais de trezentas pessoas. É impressionante como não nos damos conta de quantas pessoas conhecemos. É óbvio que eu não sou "amigão" de todo mundo, mas ao menos os conheço, de papo ou de vista. O bacana foi que eu consegui saber por onde andavam velhos camaradas e deu para matar a saudade de uns e de outros nem tanto. Brincadeirinha...
Porque que eu estou contando isso tudo? Mesmo o blog sendo meu e contando casos sobre a minha vida, às vezes acho tudo o que escrevo um tanto quanto irrelevante. Nem eu sei bem o motivo, talvez seja mesmo irrelevante. Ou não. Acho que procuro muito usar a técnica da indução pra cativar os meus leitores imaginários. Narro as minhas particularidades e espero que a partir delas, o leitor as associe para algo mais geral, como as suas vidas e as vidas dos outros, assim como ocorre no método do pensamento indutivo. Não faço idéia se isso funciona, mas estamos tentando. Continuemos...
O curioso dessa parte de adcionar pessoas em redes sociais é imaginar a atividade contrária, ou seja, quantas pessoas adcionaram você. O número de pessoas conhecidas que me adcionaram, se não me engano não chegou a uma dúzia. Tudo culpa de vinte anos de introversão. As pessoas não te odeiam, mas também não chegam a te amar tanto assim para se dar o trabalho de colocar o seu nome em uma busca de rede social. Se bem que duvido que saibam meu nome completo. E convenhamos: nem uso meu nome verdadeiro no Facebook, para evitar ser achado por recrutadores fuxiqueiros.


Agora vamos as partes ruins que já consegui sacar nesses dois meses de Facebook. Certas pessoas estão sempre ocupadas demais pra falar com você. Falam que já voltam e não voltam nunca. Assim sendo, um simples diálogo pode acabar tornando-se uma Odisséia. Acredito, sinceramente, que nem seja por maldade. No meu entender a questão é a prioridade; você dá mais atenção a pessoas com quem tem um laço de amizade mais forte ou uma aproximação maior. Não nos damos conta que um sentimento que temos por uma pessoa pode ser um pouco unilateral, isto é, quando você valoriza muito a amizade de uma pessoa, quando na verdade pra ela você é apenas mais uma dentre muitas.
Outra coisa que consigo destacar negativamente são as informações recebidas. Informações demais. Tem certas coisas que eu preferia nem ficar sabendo. Não me levem a mal, tenho amigos que até postam coisas interessantes. Mas, por exemplo, saber pelo Facebook que uma pessoa que você esteve ou que está interessado se encontra em um relacionamento sério, acaba sendo meio impactante. Principalmente olhar as evidências disto: as fotos do casal e as mensagens melosas entre os dois. Lógico que as pessoas seguem as suas vidas, mas não nego que me sinto frustrado em certos casos. A solução seria fazer o mesmo, mas havemos de combinar que nem sempre isso é possível. Razões? Tenho várias, mas não quero me humilhar publicamente hoje.
E ainda tem as fotos de viagens, festas etc. Nem sei se é inveja, mas uma coisa eu tenho que dizer. Um dos piores castigos que se pode dar para uma pessoa infeliz é escancarar felicidade nua e crua na cara dela. Isso deixa a pessoa pior ainda, principalmente para quem não vive, não por opção sua, mas por causalidade. Você se imagina naquele lugar, mas sabe que pelo menos por enquanto, não pode estar ali, experimentando certas delícias da sua juventude. As pessoas com quem você conviveu por ano seguem suas vidas, obtêm sucesso e privilégios e você continua sendo o mesmo plebeu sequelado de sempre. Tem certas horas que enxergar a si mesmo dessa maneira perde a graça. O jeito é evitar o máximo que puder as comparações e seguir adiante, em busca de um futuro melhor para si mesmo.
É curioso também como pessoas que eu julgava tão diferente de mim no passado, aparentemente pelo menos, possuem mais gostos similares aos meus do que alguns de meus amigos mais próximos. Talvez se eu reencontrasse certas figuras do meu passado poderíamos até trocar algumas idéias. Pensando bem, não acredito que isso aconteça...
Esse texto acabou sendo mais descritivo do que qualquer outra coisa então eu nem tenho uma conclusão inteligente ou coerente para fazer nesse último parágrafo. Só tenho um recado, para a pessoa que me levou a utilizar o Facebook. Eu agindo ativamente em relação a um ser humano é um acontecimento raro. Eu diria que isso é equivalente a passagem do cometa Halley. Não sou a pessoa mais sensível do mundo, mas até eu acho que isso deve significar alguma coisa. Caso esteja lendo esse texto (o que duvido muito) e perceba que é você, fique tranquila porque não pretendo lhe dizer nada constrangedor. Só desejo lhe agradecer devidamente enquanto ainda há tempo para isso. Ao vivo e a cores de preferência, longe da falsa ilusão de proximidade que as redes sociais proporcionam. Um abraço e espero que até breve.


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