sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sexta-Feira 13

Na quarta-feira eu estava indo para a faculdade, quando de repente, perto da sede do Botafogo de Futebol e Regatas, fui abordado no meio rua por dois rapazes. Calma, não eram assaltantes e nem coisa pior (que alívio!). Ao invés de armas eles possuíam em mãos câmera e microfone, ou seja, eram simplesmente dois jovens repórteres fazendo uma matéria qualquer. Concordei em participar dela mesmo sem saber sobre o que se tratava. Fiquei logo em alerta para uma possível emboscada. Vivo permanentemente em um estado de paranóia. Pensei que talvez, poderia se tratar de alguma pegadinha de  programa televisivo. Sempre pensei que algum dia iria cair em alguma pegadinha. Quem sabe? Vai que acontece... O Ivo Holanda poderia muito bem aparecer a qualquer momento querendo me sacanear.


O cara do microfone, vulgo entrevistador, começou a me fazer perguntas sobre a sexta-feira 13. Nem tinha me ligado que nessa semana iria rolar uma, afinal de contas, ainda estávamos no dia 11. De vez em quando minha noção de tempo e espaço se esvanece. Mesmo assim deu para perceber logo de cara que os rapazes estavam gravando uma matéria que iria rolar no dia 13, sexta-feira, justamente por causa do tema. As perguntas eram sobre superstições. Foi-me perguntado se eu passava tranquilamente debaixo de escadas, desviava de gato preto, carregava algum amuleto, esse tipo de coisa. De frente para câmera e nervoso, como de costume, me enrolei um pouco na hora de responder. Isso é algo que acontece quando você não está muito acostumado a bancar o protagonista, do tipo que recebe toda a atenção. Não estando acostumado, quando enfim a recebe, você não sabe direito o que fazer. Você não sabe como se comportar diante do foco incisivo e excessivo em cima de você. Duvido que tal experiência se repita mais vezes, porém se acontecer de novo, lá estarei mais uma vez despreparado para responder meia dúzia de perguntas aleatórias. Nunca me dei muito bem em improvisos performáticos oratórios, o que me faz detestar perguntas surpresas. Carreira política então, nem pensar... Nem queria mesmo.


Como sou um eterno membro da gangue do contra, ou da antítese, se preferir, respondi tudo negativamente. Acho que surpreendi fugindo dos estereótipos supersticiosos da crendice popular. Disse que passava tranquilo debaixo de escada e tudo mais. Não estava mentindo. No final da brincadeira acabei passando debaixo de uma escada de verdade. Tive que passar agachado porque era uma daquelas escadas pequenas e movéis, usadas dentro de casa. O constrangedor é que fiquei preso alguns instantes debaixo dela por causa da minha roliça pança de obeso, mas mesmo assim consegui enfim passar por baixo da escada. Daí me agradeceram a participação e fui-me embora.


Depois desse acontecimento parei para pensar no assunto. Sexta-feira 13. O que me vem à cabeça ao pensar em tal data são os filmes de terror, em especial o próprio filme homônimo Sexta-Feira 13 (Friday The 13th no original), em que Jason Voorhees, o famoso grandalhão assassino que usa uma máscara de hóquei, é um morto-vivo que sai se vingando com um facão, matando assim várias pessoas inocentes ao longo da sua carreira cinematográfica.


Pesquisando sobre o tema descobri umas coisinhas sobre a origem da sexta feira 13. Uma delas é a de que o JC (e não estou me referindo ao John Cena, John Constantine, Jim Carrey ou ao Jim Caviezel que o interpretou nas telonas) teria sido crucificado em uma sexta-feira 13 e de que na sua última ceia haviam 13 pessoas: ele e os doze apóstolos. Daí teria se originado a mística em torno da data.
Inegavelmente podemos concluir que grande parte das pessoas crêem que a sexta-feira 13 é um dia de azar no qual a urucubaca rola solta. Existem pessoas que até evitam realizar certas tarefas ou pior: evitam sair de casa por medo de que algo ruim aconteça.
Mas penso assim: quantas sextas-feiras ocorridas no dia 13 sobrevivi até hoje? Muitas. Espero que continue assim. Que eu continue invicto. Isso porque ao meu ver, vivo infortúnios típicos de sexta-feira 13 todos os dias. Incomum seria para mim ter um dia de sorte. Logo enxergo tal dia como apenas mais um outro repleto de má sorte. Para mim a probabilidade de algo dar errado é a mesma de sempre: certa. Mas isso não me impede de ficar atento nessa data, como sempre costumo ficar. Por exemplo, se eu avistasse em uma rua deserta, o Undertaker em uma sexta-feira 13 à noite ou em outro dia qualquer, no meio de meu caminho para casa eu sairia correndo. E gritando feito menininha. Diferente do Jason, o Undertaker, vulgo Deadman, é real e pode ir atrás de você, te aplicar um pilão e te mandar para o caixão. Lá você permanecerá por toda a eternidade. Rest in peace!


PS: Faltei aula hoje por mera coincidência.

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